José Ribeiro e Nilson Cintra
Revista Potência Máxima (RPM) – Desde que época a dupla começou o envolvimento com o automobilismo?
José Ribeiro – Começamos em 1996 no kart indoor, depois passamos para o kart profissional no ano seguinte, e passamos aos carros em 2004. Histórico completo voce pode ver aqui
RPM – Qual o motivo para a escolha por provas de longa duração?
José Ribeiro – A Endurance traz o ingrediente da estratégia, e também da possibilidade de se dividir a pilotagem do mesmo carro, no nosso caso entre pai e filho. A equipe pode construir o próprio veículo, desenvolvê-lo como quiser, isso é mais um atrativo. Outro atrativo é que como moramos no interior do país (Mato Grosso do Sul), foi conveniente pois fazíamos a viagem de longe, e quanto maior o tempo de duração da prova era mais compensador para nós, imagina viajar 3000 km (ida e volta) pra correr uma corridinha de 40 minutos, isso não nos empolgava.
RPM- Quando foi a primeira participação no Rio Grande do Sul? Qual o resultado?
José Ribeiro – Nossa primeira participação em solo gaúcho foi na prova 3 Horas de Santa Cruz do Sul em outubro de 2006, válida na época como Campeonato Brasileiro de Endurance. O resultado foi a vitória na categoria IV, a qual corríamos com um Fusca Hot 2.0 na época.
RPM – Como funcionou o planejamento para a criação do protótipo? Quem foi o desenvolvedor, projetista e como chegaram ao modelo final?
José Ribeiro – O protótipo MRX que utilizamos é de fabricação da Metalmoro, de Porto Alegre. O carro foi encomendado no ano 2010 em uma visita do Nilson na fábrica, sendo este o início da amizade entre nós da equipe e do Ademar Moro, projetista e proprietário da empresa. Após receber o carro, o que fizemos foram somente pequenos ajustes e acertos, nós nunca modificamos o projeto original do protótipo.
RPM- Quais são as principais características do protótipo?
José Ribeiro O protótipo tem chassi em aço molibdênio e alumínio, carenagens em fibra, motor Ford Duratec 16v 2100cc, com uma potência de 300 HP/ 7800 rpm. Possui câmbio Hewland FTR200 6 marchas sequencial, injeção eletrônica FT500 Fueltech, painel GPXpro8, freios Doppler e pastilhas Hawk. Amortecedores Penske, embreagem Titon USA, pneus Pirelli F3 DM aro 13×8 dianteiros e 13×10 traseiros. Rodas OZ Racing Itália, peso vazio 635 quilos e capacidade do tanque de 80 litros.
RPM – Conquistaram em 2015 uma vitória espetacular em Tarumã, onde venceram inclusive um protótipo que estava a uma categoria acima. O que faz a diferença na hora da corrida?
José Ribeiro – Vencemos por conta de uma estratégia acertada no momento das paradas obrigatórias de reabastecimento e troca de pilotos. Os carros da GP1 tem mais potência, porém, essa diferença em corrida não reflete muito como acontece em provas de classificação, onde se tira toda velocidade que o equipamento é capaz. Se você tiver boa regularidade, se saber negociar as ultrapassagens sobre os retardatários, e se tiver uma boa estratégia nas paradas, é assim que a Equipe NC Racing já mostrou diversas vezes que um carro P2, pode ganhar a corrida no geral. Vencemos em 2013 em Guaporé também na geral.
RPM – Qual o principal objetivo da dupla para 2015 na Endurance? Dá para sonhar com o título na geral? qual a estratégia?
José Ribeiro – O objetivo de 2015 da Equipe é ser campeã na categoria P2, seguiremos com esse objetivo, porem quando a oportunidade de vencer uma prova no geral surgir, a equipe não hesitará em agarra-la.
RPM – Já venceram na geral nas 500 Milhas de Londrina, Três Horas de Londrina, Três Horas de Curitiba e Três Horas de Guaporé, além de vários segundo e terceiro lugares na geral. Vocês se consideram uma equipe pequena, que viaja 3.700 quilômetros para uma corrida. De onde vem essa motivação e qual a maior dificuldade para seguir esse trajeto?
José Ribeiro – A motivação é a competitividade que está no sangue da equipe/família. Meu pai e eu sempre tivemos talento para guiar e acertar carros, seja kart, rally, fórmula, turismo ou protótipo. A vida nos presenteou com isso, e estar disputando as vitórias é o que nos motiva. A falta de patrocínio sem dúvida é a maior das dificuldades, e a distância que moramos dos grandes centros também, porém a equipe conta com pessoal dedicado, e apesar de poucos integrantes, conseguimos sucesso em nossas participações.
Protótipo MRX #65 / FOTO WILIAN INÁCIO